5 de janeiro de 2010

XI - CAIXA


   Ela descobriu. Descobriu a importância dos amigos e do amor. Como este pode ser vital tanto quanto aqueles. Como cada sorriso deveria ser guardado na memória como um presente raro. Assim como em cada abraço ela não deveria ser a primeira a soltar.  Como cada beijo deveria ser desfrutado com o frio na barriga do primeiro e com a falta de ar do último. Descobriu tantas coisas que nem sabia ao certo se conseguiria listar. Descobriu que algumas pessoas que agora estavam longe, pela distância ou por novos caminhos, faziam uma falta insubstituível. Uma falta que nem mesmo os telefonemas e cartas conseguiam suprir. Descobriu também que muitas das pessoas que estavam perto se tornaram muito próximas. Mais próximas do que ela poderia imaginar. Tornaram-se amigas em quem ela podia confiar. Descobriu também que certas coisas ela deveria simplesmente ignorar, pois vinham de pessoas que não a conheciam. Descobriu que situações coagidas são comuns e precisa-se ter cuidado. Descobriu que para si amar é o sentimento mais apreciável que existe. Descobriu que Ele era quem Ela amava. Descobriu que amadureceu em muitas questões num ano que mal viu passar. Descobriu que ainda tinha muito a amadurecer. Descobriu infinitas coisas ao refletir por apenas um instante. Tudo isso estava dentro de uma caixa que há algum tempo ela não abria. Uma caixa em que cabem todas as coisas do mundo. Uma caixa chamada coração.


Giovanna Malavolta

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