24 de fevereiro de 2011

DESABAFO.


Ela possuía o orgulho como principal fonte de discórdia. 

19 de fevereiro de 2011

RE - COMEÇAR .

Uma pilha de livros. Muito mais de mil páginas. Uma escolha. Ela permanecia indecisa em relação à qual escolheria. Eram tantos e, com capas, resenhas e nomes um tanto quanto tentadores, a dúvida pairava no ar. Dentre eles estavam temas como fantasia, biografia, relatos e drama. Resolvera então que sortearia algum. Ao abrir o pequeno papel, lera: Clarice,. Era a biografia. Ela começou a ler as páginas com a mesma vontade que teria se fosse sua própria história. E descobriu de forma surpreendente o fato de a vida de outra pessoa poder ajudar tanto àquela que estava a ler... Decidiu, então, analisar sua própria trajetória. Encontrou falhas, erros e decepções. Contrapondo, notou conquistas, acertos e realizações. Re - fletiu. Percebeu que as entrelinhas da vida eram mágicas. Assim como a Biblioteca de Bibbi Boken. E, em alguma parte delas, sempre possuímos um universo particular como O Mundo de Sofia, uma sorte em O Dia do Curinga, e uma fortaleza indestrutível como O Castelo nos Pirineus. Nunca entenderam porque ela gostava tanto de ler, porque "desperdiçava" tantas e tantas horas, porque emocionava-se com as palavras. Talvez porque nunca se deram a oportunidade de realmente tentar entender a Dialética de Vinicius de Moraes, ou "Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome." de Clarice Lispector, ao menos as tantas faces de Fernando Pessoa ao dizer: "Quem não quiser sofrer que se isole.". Eles não entenderiam. Nunca. Ela amava as letras, as sílabas, as palavras. As frases, os parágrafos, os textos. Os prefácios, os capítulos, os epílogos. Os livros, as sagas, as enciclopédias. Ela amava ler e escrever. De seu singelo ponto de vista, todas as artes são admiráveis por igual. A dança, o canto, o teatro. Mas a Literatura possuía um brilho a mais. Ela lia para se esconder, para se encontrar, para mudar. Para fugir. Algo que Ela nunca conseguiria explicar. Algo que eles nunca iriam entender.
Giovanna Malavolta