Ele, Ela. Ela, Ele. Sua peça era popular, ensaiada por muitos. Mas poucos conseguiam, ao seu fim, aplausos. Tudo muito improvisado, imprevisível assim como ela. Atos e ações inventados na hora, assim como a vida. Decisões metamorfoseadas a cada instante. Surpresas. Já as personagens fixas, como ele. Suas características marcantes imutáveis, assim como seus objetivos. Certezas. Eles conseguiam aplausos de pé, eram mágicos. Diferentemente singulares. Ele saía a procura de seu par por entre as ruas, de porta em porta, e demorou a encontrá-la. Sempre com suas travessuras típicas de um Arlequim, e cenas que transbordavam ciúme nela. Ela com seu amor silencioso e irrevogável. Só possuía olhos para ele. Pierrot chorava. Tentara roubar o coração de Arlequim, tornar-se ele. Mas o mesmo a encontrou. A seus olhos, era uma dama, inteligente e linda. Pierrot tentava de todas as maneiras acabar com aquele amor. Eles eram mais fortes. O brilho no olhar. A correspondência surreal. Pierrot foi ignorado por eles. Ela o aceitou em seu mundo teatral. Ele dera seu coração a ela, uma mera serva. Não, para ele, ela era seu par. Sua colombina.
Giovanna Malavolta
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