11 de junho de 2011

III - FOGO

Ela quis encontrar o elemento que mais se parecesse com sua essência. 

Pensou no vento, mas sabia que não era tão independente assim. Impessoal? Um pouco. Individual? Sim. Indiferente? Muito. Ela também era invisível e intocável. Aparentemente o ar parecia ser seu elemento.

Depois, na terra. Firmeza não era uma coisa que ela conhecia. Ela não era constante e, muito menos, uma base confiável para a construção de planos e realização de sonhos. Contudo, de vez em nunca, 
gostava de uma estabilidade aqui, ou ali. Tudo bem, uma pitada de terra. 

E a água?  É esse o elemento da emoção e sensibilidade, não é? Bom, não era ele seu favorito. Sentir com intensidade, como? O medo e a insensibilidade não a deixavam fazer isso. Mas a compreensão ela tinha sim. E muito. Duas doses desse, então.


Fogo. Ela tinha um encanto particular por esse. As cores das chamas, o calor, a magia. Isso era mais forte do que o ar. Ela acreditava nisso porque o fogo é um elemento que precisa dos outros para existir, e isso explicava o porquê de ela possuir um pouco de cada um. Com a água, ele apaga, então não a faça chorar. As ventanias a fazem crescer e brisas fracas podem apagá-la. Sem ar, ela não tem como existir, se esvai. Mas tudo o que vem da terra, ela consome até o fim. Talvez fosse o fogo seu elemento predominante. Com um toque final dos outros três.  

Giovanna Malavolta

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