28 de junho de 2011

- Cavalheirismo, salto alto e a minhoca de metal

"Abaixo ao feminismo!", foi o que pensei hoje enquanto segurava minha bolsa pesada no metrô lotado. Esse papo de homens e mulheres serem iguais é uma mentira absurda. Homens e mulheres têm capacidades iguais, mentais. Contudo, eles são mais fortes sim e se esqueceram de uma palavrinha mágica tão rara quanto por favor ouobrigado hoje em dia: cavalheirismo. Não querendo reclamar, já reclamando.. Não me venha com essa de "Quer que eu segure sua bolsa?" considerando-se o tal por estar sendo educado e pensando ser muito superior aos outros. POR QUE VOCÊ NÃO LEVANTA E ME DEIXA SENTAR?, pensei e "Não, obrigada.", tive que, educadamente, responder. Entendo o posicionamento deles e é até que bonitinho, forçando um pouco a amizade. Quantas mulheres vejo todos os dias cansadas, em seus saltos altos e olhos baixos, trabalhadoras e com dias tão estressantes quanto os queridinhos confortavelmente sentados. Mulheres que estão pensando no que fazer para o jantar e preocupadas se os filhos já fizeram a lição de casa. Mães. Ah, esqueci-me de um detalhe: quando eles fingem dormir apenas para ignorar o mundo exterior e continuar em sua indignada posição de operário. Melhor! Quando esperam até o último segundo para levantar, esperam até a porta de suas respectivas estações abrir para ganharem coragem o suficiente para sair do trem. Vocês, é, vocês mesmos senhores donos da verdade, nós mulheres merecemos respeito e consideração. A meu ver, o fato de estarmos conquistando lugares igualitários, em partes, numa sociedade patriarcal, os fazem considerar que temos que pagar o preço da parte ruim, e assumir os juros dos problemas alheios. Deveria ser proibido homens entre 12 anos e 60 se sentarem nos horários de pico. Minha avó conta que na época dela, tudo bem que os antigos sempre acreditam que tudo era melhor na época deles, menos trânsito, poluição, corrupção, e etc., nos metrôs e trens de São Paulo homens não se sentavam enquanto existissem mulheres presentes. Mas não, estamos em pleno século XXI! E daí? Estamos cansadas, talvez até mais do que as atuais senhoras, e gostaríamos apenas de um descanso de 15 minutinhos. Outro ponto intrigante é notar como, em 90% dos casos (estatísticas retiradas de minha vivência, quase todos os dias presente às 18h00 na estação da Sé) mulheres cedem seus lugares para idosos, pessoas com deficiências, crianças. Além de não conseguirmos consideração, damos nossos lugares de bom grado. Em contra partida eles continuam lá, brincando de estátua num torpor muito mau educado. Então, queridos, pensem nisso. Como vocês querem mulheres delicadas e reclamam sobre nossa independência, se não nos dão alternativas?

Giovanna Malavolta

2 comentários:

  1. Já identifiquei que você quer os benefícios dos 2 mundos!
    Garota esperta. :P
    A necessidade de educação e bom senso não se restringe aos bancos cada vez mais escassos nos vagões do metro paulistano. A educação no transito, respeito ao pedestre (sinalizar a conversão é imprescindível para o pedestre atravessar a rua com segurança), ordem nas filas, e por aí vai.
    Formação moral infelizmente foi abandonada e o respeito ao próximo deixou de ser ensinado em casa.

    ResponderExcluir
  2. Esse é o texto mais feminista que já li em toda a minha vida. Hahahaha

    ResponderExcluir