Chorei como uma criança.
Chorei como uma mulher.
Chorei como uma senhora.
Primeiramente, por tanta desilusão. Por perceber que eu não conseguiria realizar todos os meus sonhos. Ser uma atriz, escritora e salvar o mundo, tudo num piscar de olhos. Quando notei que cair de patins e ralar os joelhos era o menor dos meus problemas e merthiolate não doía tanto quanto um coração partido. No momento em que percebi o fato de nem toda roda ser gigante, nem todo algodão ser doce e nem todo sorriso ser sincero. De repente, por assumir que eu também mentia.
Posteriormente, por tanta culpa. Por muitas vezes dar mais atenção ao tempo e a pressa constante do que a apreciação do momento e sua simplicidade. Por ver que eu tinha o poder de machucar a quem amava e não saber como pedir desculpas. Quando me vi em momentos de despedida, perdendo pessoas, sem que nada eu pudesse fazer. Na hora em que eu preferia ficar um pouco sozinha e pensar, a sair e me divertir. De repente, por assumir que eu também era orgulhosa.
Por fim, por tanta saudade. Por olhar as fotos e relembrar momentos cruciais para a formação de meu caráter e nem ao menos saber a importância de tudo aquilo. Aquele aperto no peito, e pensar: Como será que está a vida de todas as pessoas a qual um dia eu fiz parte? Quando perdi as contas de quantos sonhos desisti de sonhar. Ao ver que a juventude é a melhor parte da vida e tem muito mais a ver com a mente do que com a idade. No instante que confessei já ter sido muito mais corajosa. Por ver que eu era tão feliz e não sabia.
Giovanna Malavolta
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