31 de maio de 2011

X - PONTO DE PAZ

Eu sou o poeta e não aprendi a amar . ? . *

Ela estava ali, a contar as gotas de orvalho. O vento praticamente sussurrava ao pé de seu ouvido uma simples canção de inverno. Os delicados raios de sol iluminavam sua pele, mas ela não sabia ao certo se eles, por nunca a verem assim, estavam receosos e com medo de tocá-la ou se o frio estava realmente impedindo-os de aquecê-la. O cheiro da terra molhada, por lembrá-la de sua infância na casa de campo, a confortava. O silêncio a fazia ouvir perfeitamente bem seus pensamentos, mas escutá-los incomodava um pouco, mesmo ela sendo uma amante de transformações. Ela era visionária e tinha plena consciência disso. Sabia que tudo iria mudar, e até apostava em mais ou menos em quando. O problema é: como lidar com as mudanças quando elas chegassem. Sentada, com as mãos cruzadas acima dos joelhos e gelada. Fria. Sozinha. Nem tristeza, nem felicidade. Nada. Vazio. Aparentemente, até as emoções deixaram-na para que pudesse refletir. Perdida em seus vícios, tentando se encontrar em suas virtudes. Qualquer simples ação que a fizesse parar de pensar era bem vinda em seus pensamentos. O que tinha feito de errado? Esse era o principal questionamento. Mas teria ela feito alguma coisa? Ou talvez, quem sabe, deixado de fazer? A cada nova tentativa de encontrar respostas, as perguntas multiplicavam-se diante de seus olhos de ressaca. Uma menina oblíqua e dissimulada? Ou talvez uma pobre garota que não conhece a verdade? Quase uma mulher. Se a fosse comparar com um momento do dia, diria que ela está entre o crepúsculo ou o amanhecer. Instantes de transição, explicitando sua inconstância. A noite começou a chegar e as estrelas a brilharem graças à ausência da luz que ofusca sua beleza. É no escuro que realmente conseguimos ver. É nele onde o que realmente importa não desaparece. Todo o resto supérfluo depende de outras fontes para iluminar, refletem luz. A simplicidade não, ela tem brilho próprio. É como observar um céu azul marinho. A cada estrela avistada, mais algumas ao redor surgem, até que você percebe como o céu está recheado de pequenos pontos de paz. Até que ela percebe que sua vida está recheada de gestos simples que são capazes de iluminar o seu caminho e talvez não responder suas perguntas, mas ajudar a encontrar as soluções. Luzes que não a deixarão no escuro. Luzes chamadas, popularmente, de amigos. Luzes chamadas, particularmente, de pontos de paz. Luzes, que se depender dela, nunca se apagarão.

Giovanna Malavolta

* Malandragem - Cássia Eller

29 de maio de 2011

- Leite com café .


Se eu fosse dizer tudo o que penso, seria perigoso demais. Eu não sou comum, você não é comum. Cheguei certa vez a pensar que eu não era boa o bastante para você. Acredita? É, por você parecer sempre tão mágico e imponente. Tão mais forte do que eu. Irônico. Quase um ponto de interrogação intrigante. Você não é uma pessoa fácil de amar. Fácil, é se apaixonar por você, tanto que sei que não sou a única, mas esse seu gênio é um tanto quanto traiçoeiro para lidar. Contudo, há alguns dias, fiz uma coisa bem de menina. É, algo que você até poderia tirar sarro e dar aquele sorriso que deveria me irritar, mas só me conquista mais. Peguei a agenda de uma amiga, que em cada dia contém uma frase diferente, pensei em você, e abri. Estava escrito exatamente assim: As pessoas mais difíceis de serem amadas, normalmente são as que mais precisam de amor. (Filme: Amor Além da Vida). Refleti. Essas coisas quando dão certo, quase me arrepiam. Apostei, contrariada, todas as minhas fichas em você. Estamos jogando o jogo do amor, que raramente elege ganhadores. A única coisa que muda, é o tipo do fim: bom ou ruim, jamais aceitável. Estou com um pressentimento triste, mas tudo bem. Vou guardar na memória o que foi bom, nem que seja como uma simples lembrança. O resto jogarei fora. Eu sou assim. Me tranquilizo por ter a total certeza que dessa vez não fui eu que errei. Infelizmente, você se tornará comum diante dos meus olhos molhados. Seu brilho irá apagar-se lentamente em meu coração. E na minha mente, vou me convencer de que não era para ser. Quando isso acontecer, os meus olhos secarão. E, um dia desses quando eu tomar coragem, voltarei a jogar. Afinal, eu fiz valer a pena, e é isso o que importa. Gota a gota, voltarei a acreditar. Gota a gota, voltarei a deixar o amor entrar. 

Giovanna Malavolta

* Crepúsculo, S.M.



Quando a vida lhe oferece um sonho muito além de todas as suas expectativas, é irracional se lamentar quando isso chega ao fim.



26 de maio de 2011

- OUTFLOW.

Take a breathe every time you need it.
It's the best thing you can do to yourself and to all the others who care about you.
Learn the secret of doing nothing.
Free your mind.
There is no limits for your happiness.

Giovanna Malavolta

25 de maio de 2011

- Dia dos namorados, noite dos solteiros e dor de cotovelo.

Como assim?! Até o site Pensador, da Uol, (é, aquele mesmo. Aquele que sempre aparece na primeira busca do google e tem um monte de coisa errada e mesmo assim você copia e usa nas suas frases de efeito, nick, subnick, perfil do orkut, ou "No que você está pensando agora?" do facebook, seja lá onde você use citações...) está com um link especial para o dia dos namorados. Corações pra cá, corações pra lá. Shoppings com decorações de cupido e rosas vermelhas. Promoções e combos de tudo o que você possa imaginar, desde viagens até pacotes em spas, para pombinhos apaixonados. Tudo gira em torno disso agora? Falta de criatividade... Músicas românticas com mais acessos nos sites, e assuntos como:
- Ai gente, eu não sei o que dar pra ele. Uma roupa, um perfume?
- Perfume não, amiga! Quando acaba, acaba o amor!
Melhor ainda:
- Comprei 112536 presentes, será que está bom?
- Acho que sim, não se esqueceu do cartão, certo?
Sim, acredite, eu já escutei isso e mais um monte de blá blá blá. Quanta burocracia. Mas pior do que essa melosidade toda, são os solteiros marcando as baladas para sair e se achando muito mais superiores do que os apaixonados. Hello?! Queridos, vocês estão sozinhos. E solidão não é algo para se orgulhar tanto assim, menos, por favor. Dia 12 de junho para esses "privilegiados" é o dia da curtição. É, naquela vibe do pega e não se apega, sabe? Nossa, quanta maturidade. Dá até gosto. E de brinde vem a ressaca de amor depois, que eu aposto que acontece. Você vai, beija todos, não se lembra do nome de metade, chega em casa e dorme até o meio dia do dia seguinte, acorda, nem troca de roupa e afoga todas as mágoas num pote de sorvete assistindo Um Amor Para Recordar ou Diário de Uma Paixão. Com a maquilagem toda borrada, de charme. Acertei?
Contudo, essa revolta tem fundamento. Eu não estou em nenhum dos dois grupos. Pronto, falei. É dor de cotovelo mesmo, não estou nem aí para o que você irá pensar. Conhece esse relacionamento moderno, conhecido como "Em Cima Do Muro"? Não? Eu também não conhecia, mas para tudo há uma primeira vez. Juro que detesto a pessoa que lançou a moda: ficar. Odeio. Odeio. Odeio. Não há porquê comemorar o dia dos namorados, afinal, nós seres irracionais, participantes desse novo grupo de status de relacionamento, não namoramos. Sem namorados, sem dia dos namorados. Logicamente, esse é o raciocínio. ENTRETANTO, também não temos porquê sairmos para a balada e pegarmos geral. Muitas vezes, além de não podermos fazer isso, não queremos. Não vejo necessidade disso, porque quando se gosta, a pessoa é o suficiente. Somente ela basta. Que maravilha não? É o tipo de dia que eu pretendo passar inteiro dormindo para evitar náuseas com as demonstrações públicas de afeto nas redes sociais. E também não ter tentações induzidas de sair e mandar o mundo inteiro para o inferno. Casais que vivem em guerra no dia dos namorados simplesmente se amam forever and ever. Cala a boca. Até ontem vocês estavam jogando verdades um na cara do outro, e agora, passada a meia noite é: Vamos deixar isso pra lá, eu te amo. Me poupe, vai. E vocês solteiros, criem um pouco de vergonha na cara e ao invés de ficar se enganando por aí, vá encontrar um amor.

Giovanna Malavolta


* Texto feito num momento de revolta sobre essa palhaçada hipócrita de datas comemorativas. 

23 de maio de 2011

* Dialética - Vinicius de Moraes


É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...

21 de maio de 2011

- Amor, humor.

Eu sou completa. Não entendo às vezes esse papo de: encontrei minha metade da laranja, a tampa da minha panela, my missing puzzle piece. Admito que gosto de ser do contra, mas nessa questão é pura incompreensão mesmo. Amor, humor. As pessoas sempre acreditam que não são suficientes ou boas o bastante para serem plenamente felizes sozinhas. Algumas recorrem às devoções platônicas a ícones da mídia, outras à religião e 99% dos casos ao amor. Melhor dizendo, ao relacionamento. Essa necessidade infundada de dependência dos seres humanos quase me irrita. Amar não é depender, apoiar ou sinônimo de felicidade duradoura e perfeita. Imagine então transferir tudo isso, que por si só já não é real, para uma outra pessoa. Detalhe, uma pessoa que é um ser plausível de erro. Não dá certo. Vejo que o amor traz sensações que sozinhos não conseguimos ter. Contudo, do meu ponto de vista matemático, esse sentimento sem noção une 1 + 1 dando 1 e não 1/2 + 1/2 =1. Entende? Pessoas sozinhas podem estar satisfeitas com sua vida sem se sentirem solitárias. O amor é um adicional, um bônus, não um salário. Não menosprezo a importância do amor, pois sou só mais uma das apaixonadas por amar. Porém, nunca o transformei numa droga para não conseguir viver nunca mais sem. Para mim, ele é um incentivo a mais para viver. É aquele não contentar-se de contente. 

Giovanna Malavolta

- Nostalgia

E hoje eu sentei e chorei.

Chorei como uma criança.
Chorei como uma mulher.
Chorei como uma senhora.

Primeiramente, por tanta desilusão. Por perceber que eu não conseguiria realizar todos os meus sonhos. Ser uma atriz, escritora e salvar o mundo, tudo num piscar de olhos. Quando notei que cair de patins e ralar os joelhos era o menor dos meus problemas e merthiolate não doía tanto quanto um coração partido. No momento em que percebi o fato de nem toda roda ser gigante, nem todo algodão ser doce e nem todo sorriso ser sincero. De repente, por assumir que eu também mentia. 

Posteriormente, por tanta culpa. Por muitas vezes dar mais atenção ao tempo e a pressa constante do que a apreciação do momento e sua simplicidade.  Por ver que eu tinha o poder de machucar a quem amava e não saber como pedir desculpas. Quando me vi em momentos de despedida, perdendo pessoas, sem que nada eu pudesse fazer. Na hora em que eu preferia ficar um pouco sozinha e pensar, a sair e me divertir. De repente, por assumir que eu também era orgulhosa.

Por fim, por tanta saudade. Por olhar as fotos e relembrar momentos cruciais para a formação de meu caráter e nem ao menos saber a importância de tudo aquilo. Aquele aperto no peito, e pensar: Como será que está a vida de todas as pessoas a qual um dia eu fiz parte? Quando perdi as contas de quantos sonhos desisti de sonhar. Ao ver que a juventude é a melhor parte da vida e tem muito mais a ver com a mente do que com a idade. No instante que confessei já ter sido muito mais corajosa. Por ver que eu era tão feliz e não sabia.

Giovanna Malavolta

18 de maio de 2011

IX - SALA DE ESPERA




Branco. Branco e um pouco mais de branco.
Uma música ambiente da Alfa F.M.
Pessoas em um mesmo lugar
unidas por um silencio quase desconfortável.
O vaso com flores sintéticas.
A máquina de café, o filtro d'água e os biscoitos de leite.
Um "Bom Dia" rompe o silêncio.
Um "Bom Dia" diferente dos outros, honesto.
Um "Bom Dia" que coloriu o ambiente e
chamou minha atenção.



Giovanna Malavolta

VIII - LUA CHEIA

Hoje é a mudança da lua. Talvez traga consigo mais mudanças do que, unicamente, mais brilho no céu. Decidi não viver como alguém que só espera um novo amor, há outras coisas no caminho onde eu vou. Às vezes ando só trocando passos com a solidão em momentos que são meus e que não abro mão. * Sempre fui a favor de mudanças. A palavra transformação me atrai e quase sempre me seduz. É um frio na barriga inexplicável. Como diria a Waner Bros: está na hora de viver emoções mais fortes.

Giovanna Malavolta

* Ana Carolina - Pra rua me levar

17 de maio de 2011

- OUTFLOW.

If you don't believe in forever,
there is no reason to be together. 
My forever is only for a while, though. 
I live in now as I won't wake up tomorrow. 
After is after. 
After no one knows. 
I love, I hate, I enjoy. 
I breath for many reasons. 
Not only for me, not only 'cause I have to.
Part of it, 'cause of you.  



Giovanna Malavolta

16 de maio de 2011

* Aquário, por Christian Pior .


Aquário
Detesto este signo.
Detesto mesmo.
E por que?
Porque os diabos dos aquarianos, conseguem perceber as coisas antes que todo mundo e assim,não dramatizam,coisa que eu , sagitário adoro fazer.
E como conseguem resolver problemas com um piscar de olhos.
Acho até, que as aquarianas não tem tpm.
O chato do aquariano tem dom de ser futurista e como tal,ele antecede fatos,situações E depois que você se estrepa ele solta:
‘Não te avisei’?
Chato..Chato.Chato.
O aquariano sempre é o mais diferente ou o mais tranquilo…
Ele se antecede as tendências, então tudo que ele disser que é bom ou vai pegar, acredite…vai pegar.
São completamente apaixonados por eletrônicos, jogos, computadores , tudo que é futurista e único.
Um aquarinao perfeito, seria o maluco beleza Raul Seixas, que falou sobre a metamorfose ambulante.
Ah,aquário tem humor ,tem uma loucura interna e um desprendimento das convenções que não é tipo, que não é calculado.Eles são naturalmente assim.
Tem uma intelectualidade vibrante, são curiosos, cientistas, adoram analisar as coisas, os fatos, teorizar sobre algo ou mostrar um lado da questão que ainda não foi explorado.
Pessoas de look original, idéias anarquistas , pessoas que mudam o curso da história são de aquário.
Também ligados nas questões humanitárias…
Adoram coisas como ‘buraco de ozônio’,ou o ‘futuro do homem na era virtual’ ,ou a ‘pílula e sua função neste milênio na vida da mulher.’
ONU e NASA soam como sinfonia dos Deuses no coração aquariano.
No amor, são divertidos, desencanados , joviais, e não esquentam muito a cabeça com nada.
Nada de superfluo,lógico.
Na verdade são dedicados ,mas nem ouse tentar prende-los.
Eles te chutam comos e chuta uma bola.
As mulheres de aquário , na maioria das vezes, moram sozinhas, tem filhos sozinhas, tem seu próprio negócio , e não são nada caretas, adoro.
Mas não se esqueçam….são cientistas…
E te analizam e te observam o tempo todo, sem você perceber.
E se você é conservador ,familiar e muito moralista, esqueça este signo.
Ele veio ao mundo para agitar…
Que inveja…
Pessoas de aquário:
James Dean, Sabrina Sato, Paul Newman, Carlinhos(Mendigo), Matt Dillon, Marvio Lúcio(Carioca),John Travolta, Seal, Jennifer Aniston, Geena Davis, Mia Farrow, Mozart, Amadeus, Darwin, Galileu, Copernico, Julio Verne.

VII - A OUTRA

Ela sentou na areia úmida, deixando para trás suas pegadas. Elas que rapidamente seriam apagadas pelo mar... Da mesma forma que as ondas fariam esses serviço, aquela também faria: apagaria a imagem dela da mente dele. A outra. Desenhou as iniciais que um dia pareceram tão reais. Que um dia em seus sonhos foram unidas por um coração e hoje cumprimentam-se como estranhas. As inicias que não foram feitas uma para a outra. Como ele pôde mentir tão bem? Encenar risos, beijos e a abraços e agora ir embora. Simplesmente fechar a porta sem ao menos olhar para trás. Como? Ela descobriu que os beijos não foram contratos e os presentes não representaram promessas. * Ela tinha as chaves do cofre, aquela, as do coração. Ela, ali, com o nascer do sol, o vento fresco e a água, ainda gelada, banhando seus pés, pensando. E agora? "Ele foi embora, conforme-se!" - Irritou-se seu grilo falante, conhecido também como consciência. Eu sei.- Admitindo inconformada. A outra. Agora aquela terá tudo o que ela deixou escapar. O que, na verdade, nunca foi realmente dela. O mar veio, deixando na areia  apenas a inicial de seu próprio nome. Ao olhar para aquele novo espaço vazio, refletiu. Olhou para o caminho de onde veio, suas pegadas já não estavam mais lá. Levantou e resolveu voltar pelo outro lado, seguindo o sol. Traçar uma nova trilha em busca de um lugar quente, em meio aos braços daquele que preencheria o vazio. A procura do outro.

Giovanna Malavolta


* Parafraseando William Shakespeare - Um dia você aprende

15 de maio de 2011

*

Sinceramente, às vezes não me importo realmente em não causar a perfeita primeira impressão. Afinal, pessoas facilmente manipuladas por estereótipos não são o meu tipo preferido. 

Giovanna Malavolta

14 de maio de 2011

VI - SER


"É tão difícil sentir medo. É tão difícil não sentir a verdade. É tão difícil não querer sentir." - Pensou ela. Demorou tanto tempo para encontrar seu equilíbrio, seu foco, seus objetivos. Planejou e decidiu. Tudo estava tão claro... Ela resolvera ficar sozinha algumas noites, apenas para tomar um pouco de fôlego. Quando ela voltasse poderia se apaixonar de novo. Teria, então, praticamente um ano de férias do amor, por enquanto, e já que só acontecera uma vez, a próxima ainda demoraria. "Melhor assim." - Refletiu. Os planos estavam certos e ela estava lidando muito bem com seus sentimentos, por mais que no fundo ainda tentasse sentir, nada acontecia. A situação estava confortável e sob controle. Ela estava satisfeita consigo mesma, orgulhosa. O segredo era manter a distância de qualquer relação que começasse a cross the line. Pronto, tudo resolvido. Então ele sorriu. Num piscar de olhos destruiu a obra de noites e noites mal dormidas. Num piscar de olhos destrancou o coração dela. Entrou sem pedir licença e se sentiu em casa como se já a conhecesse melhor do que ninguém. No começo, ela suspeitou que isso acontecera porque, uma vez, ele já havia estado nas redondezas de sua mente. Ele iria embora, as soon as possible. Mas ela não acreditava nessas coisas. Coincidências? Imaginação. Contudo, não era, simplesmente, possível. Em seu cotidiano, sinais demais, em sua mente, vozes demais, em seu coração, sentimentos demais. Ela pegou-se pensando nele. Dia após dia, a frequência fora aumentando. Até chegar no momento em que ela encontrou-se no estágio de pensar somente nele. Isso era um mal sinal, um péssimo sinal. Independente, indiferente, inalcançável. Esse era o perfil dela. Mas, em meio  dos braços dele o ar faltava, as pernas tremiam e um frio na barriga surgia. Todos diziam: "Nunca te vi sorrir assim.". Ela só queria viver um dia de cada vez na presença dele. Ela não queria pensar em futuro, somente aproveitar o momento. Ela só queria não vê-lo ir embora. Ela só queria, olhando em seus olhos, dizer: "Eu amo você." O detalhe é que em seu vocabulário essa frase é muito rara. Mas sim, ela amava. O que fazer? Ao confessar com seus amigos, eles retrucavam: "Pare de pensar nisso, continue fazendo o que você está fazendo, esse seu Carpe Diem e tudo vai dar certo." Fácil falar. As pessoas lidam bem com a dor, quando não é a delas. Ela estava feliz, mais do que poderia imaginar conseguir. Ela notou que existiam algumas opções: ele lê mentes, ele tem um informante sobre seus gostos preferidos, ele comprou seu manual de instruções em alguma livraria mágica em alguma esquina perdida... Ou era Ele. E esse verbo ser era o motivo de suas preocupações. Resolveu parar de pensar e seguir os conselhos, quem sabe desse certo. Ela, por si só, não tinha nenhuma solução. 


Giovanna Malavolta

13 de maio de 2011

- SEXTA FEIRA 13

Não sou supersticiosa. Confesso que acredito em São Longuinho, mas só. (Se você tivesse a mesma memória que eu para lembrar o lugar das coisas, também acreditaria.) E os três pulinhos até que são legais também. Bom, voltando. As coisas pareciam começar bem em mais um dia cinzento em São Paulo. Você acorda e vai para um novo dia de bom humor. Até que você é assaltada. Nada como um acontecimento desse para abrir o apetite. OH MEU DEUS ESTÁ TUDO BEM COM VOCÊ? É óbvio que não, fofo. E O QUE VOCÊ PERDEU? Perder? Perder eu não perdi nada. TIRARAM DE MIM. Aquele idiota levou embora minha bolsinha de maquilagem. AH MELHOR DO QUE BLA BLA BLA. Parece futilidade, mas creio que é ela é muito mais cara do que minha carteira. Pergunte para qualquer mulher que tenha o mínimo de vaidade, ela irá concordar. A única parte boa, para tentar não perder o otimismo, é que ele deve ter ficado muito contente ao abrir o pote de ouro e descobrir que ele está recheado de base, pó compacto, rímel, blush, lápis de olho, sombras e batons. Vá se pintar agora, seu palhaço.

Giovanna Malavolta

- OPINIÕES

Sexos, futebol e eu te amo

     Pois é, pois é. Amor é uma coisa complicada, engraçada e retórica. Um verbo intransitivo, como diria Mário de Andrade. E o pior de tudo: tem uma queda generalizada pelas mulheres. Não que os homens não amem, coisa e tal, mas conosco acontece muito mais. Parei para refletir sobre isso hoje. As mulheres têm memória fraca, por isso se apaixonam mais. Como eu poderia dizer, nós nos iludimos, quebramos a cara, sofremos, prometemos nunca mais acreditarmos num babaca na vida e lá estamos nós: caidinhas por eles. (Ah, mas ele (Vamos frisar o ele.) é diferente. Bom, o último também era.) Enfim, nós nos encantamos diversas vezes, mesmo depois de nos decepcionarmos. Os homens não. Aproveitam tudo o que podem e não devem, nos iludem e no fim se interessam por aquelas que os amigos do bar nunca imaginariam. Amam perdidamente uma vez na vida, se transformam de vilões para mocinhos e juram tudo o que você possa imaginar. Seguem, para toda essa fofura inesperada, os possíveis finais infelizes: são traídos, trocados, abandonados, esquecidos, que seja. Qualquer uma dessas opções para o clímax desse grande amor que não provenha da parte deles, o mundo acaba. Todas as mulheres tornam-se megeras e desmerecidas de seu precioso amor. Tudo isso por conta de um orgulho ferido. Fala sério.
     Bom, já apresentei meu ponto de vista do porquê nós garotas somos as tontas sempre da história. Agora vamos às diferenças gritantes entre os dois sexos.. Essa é a parte divertida. É clichê dizer que Homens fazem sexo e Mulheres fazem amor, que ela prefere o shopping e ele o bar, ou que entre uma noite romântica, um spa e uma cerveja bem gelada, ela escolhe a segunda e ele a terceira. Romantismo pra quê? Coisa do passado. Espere, eles concordam em algo. Mas isso é um tópico a ser abordado mais para frente. Diferenças sutis são aquelas como depois de um momento de amor, o silêncio paira, ambos estão em silêncio e olham-se nos olhos. Ela confessa: Tenho algo para te contar. Ele sussurra: Eu também. Ela exige: Diga primeiro. Ele hesita, mas cede: Tudo bem... Eu estou com vontade de novo. Ela ri (para não chorar) e diz pelos lábios entreabertos: Eu ia dizer que me apaixonei por você. Ele envergonhado confessa: Bola fora do dia. Ela sorri. Quase parece ser uma paródia, ou uma versão de Todo Mundo em Pânico X da Saga Crepúsculo. Quem negar que essa situação nunca aconteceu com pelo menos dos 90% dos casais, por favor, conte-me em qual lugar do mundo ocidental se baseou para contrapor essa estatística. Acredite, eu quero ir pra lá. Viu a diferença? Não é preciso ler um livro para descobrir, é só prestar a mínima atenção em seu próprio cotidiano. 
     Hora de retomar aquele papo sobre as semelhanças. Não entendo quando dizem coisas do tipo: Tinha que ser homem., ou mesmo: Tinha que ser mulher. (a não ser no trânsito, porque fatos mostram-me como certas  loucas simplesmente tiraram a carteira de motorista pela internet.). De qualquer maneira.. Existem homens sonhadores, mulheres desapegadas. As liberais, e os ciumentos. Os dependentes e as campeãs no levantamento de chop. Generalizar não faz o meu tipo. Afinal, como uma amiga certa vez me disse: Os homens são todos iguais, mas eles mudam. Depois desse dia, praticamente contraí, é assim como uma doença, uma nova visão sobre o sexo oposto. Pense nisso. Os pobres coitados depois de serem substituídos já desacreditam de si próprios e isso torna os relacionamentos futuros muito mais complicados. Imagine se nós também deixarmos de crer? CAOS. Exatamente. Curar um coração partido é um ato nobre. E faz bem para o ego também. Não sejamos hipócritas, afinal. E convença-se, no fundo, ele também quer acreditar. Mas vá com calma, os casos em que esse "provérbio" dá certo são as exceções. Pela regra, sempre confie desconfiando. Sempre.
     Ele gosta de futebol e você de amar. Caso todos fossem iguais, não teria graça, certo? Assim como você talvez não entenda tudo sobre vinte e dois homens suados e uma bola e ainda sim goste muito assistir, mas não saiba como se expressar, com ele pode acontecer a mesma coisa. Talvez ele a ame, mas não saiba exatamente como demonstrar isso. E, ao invés de tentar entender o que é impedimento, você vai fazer as unhas. Ao invés de dizer: eu te amo querida, ele abre uma gelada. Conforme-se, relacionamentos são assim mesmo. São desafios. Nada que é conseguido de forma fácil demais vale realmente a pena. Não se importe por saber que vocês são diferentes e ponto. Diferenças são essenciais. Vocês riem de mim por eu ser diferente, e eu rio de vocês por serem todos iguais. Já dizia Bob Marley..

Giovanna Malavolta

9 de maio de 2011

- DESABAFO.

Um dia longo, um longo dia.
E essas sensações dentro dela, compondo sua melodia vital.
Compondo a calma que em seu travesseiro transformar-se-ão em sonhos doces.
Em doces sonhos.

Giovanna Malavolta

8 de maio de 2011

* Sensações - Paula Fernandes






V - VOLTAR

E quando um sonho chega a ser tão real que lembramos da temperatura dele, do suor, dos toques e cores. Do gosto. E quando lembramos de uma forma tão forte ao ponto de tocarmos? De uma forma que quase chega a ser real. De uma forma que ela gostaria que por um momento se realizasse. Queria ser egoísta ao ponto de trazê-lo para perto de si. Dizer que sente falta de sua companhia e de saber como ele está. Poder dar um último abraço. Poder contar como foi seu dia... só mais uma vez. 

Giovanna Malavolta

- Cê me inspira pra . . .

. . . eu te respirar. ( Soprano - O Teatro Mágico )

São cinco horas da manhã e ela bate na porta. É, uma moça chamada inspiração. Ela vem me contar sobre as histórias que dão origem aos textos, às poesias e melodias para formar canções.. A todas as formas de expressão. Disse-me, como um sussurro, que textos felizes alegram o dia. Contudo, os tristes mudam perspectivas de vida. Estes têm o efeito da reflexão. Aqueles apenas de uma dosagem a mais de felicidade. É verdade, sem tristeza não há poesia. Ela me disse também que poetas, escritores e músicos mentem sobre os sentimentos, nem sempre escrevem com o coração e a razão muitas vezes gosta de palpitar. Disse-me que arte pode ser também o que eu faço. Textos livres, feitos com a emoção. E que ela sabe que não sei mentir tão bem assim. Sabe que as palavras são meu esconderijo alternativo. Tocou também no assunto de quando reclamo mentalmente por ela simplesmente desaparecer: "Inspiração, onde está você?". Ela riu. Confessou-me que não gosta de ser obrigada a "bater o ponto", ou mesmo de responder quando estou perdida. Também diverte-se ao me ver tentar escrever sem uma verdadeira razão, quando paro em frente ao computador e nem mesmo uma simples frase consegue sair. Contrariada  disse: Não apareço sem sentimento. Refleti. Tentar escrever por escrever não é arte. E fora da arte a inspiração é desnecessária.

Foi uma conversa rápida, nada muito demorado. Por meio desses pequenos segredos me ensinou um pouco mais sobre o que eu mesma faço... Como me expressar melhor. Como ela sempre estará junto de mim quando eu sentir e precisar passar para o papel. Ela está presente nas coisas simples. Nos sorrisos singelos. Nos sentimentos verdadeiros. No amor, na dúvida, nas cores. Em tudo.

Giovanna Malavolta

6 de maio de 2011

- Sou.

"Fofuras" demais me enojam. Gosto de cavalheirismo básico e espontâneo. Eu gosto de ser tratada como igual. Nunca levante o tom de voz quando falar comigo e me olhe nos olhos. Não me conte histórias muuuito longas ou detalhadas demais, eu não tenho paciência para isso. Hipocrisia me tira do sério e não faço questão de fingir que gosto das pessoas, ou gosto, ou não. Adoro ser mimada. E gosto sim de um confete de vez em quando. Não suporto meninas que só falam sobre homens. Amo teatro e qualquer tipo de arte. Não sei diferenciar artilheiro de zagueiro ou meio de campo, mas adoro assistir a um jogo de futebol. Me preocupo com a balança, mas quando estiver de tpm vou comer sim quantas barras de chocolate forem necessárias para me fazer sentir culpa e parar. Eu quero entrar no manequim 36, mas isso é um problema exclusivamente meu. Gosto de maquilagem, de me sentir bonita e de chamar a atenção. Leio livros de todos os tipos e me emociono com os dramáticos. Uso salto alto e sou independente. Não preciso de um anel em meu dedo para me fazer sentir completa e amada. Amadureci antes do tempo. Bonita e inteligente, então cuidado ao subestimar. Não sou nenhuma Princesa Disney e não quero um príncipe num cavalo branco. Muito menos um vampiro num Volvo, admitindo ser uma mera mortal. Não quero seu tempo, seus presentes ou suas promessas. Eu sonho, mas sou realista. Admiro Pagu justamente por sua loucura e inconstância. Arrependo-me apenas do que não fiz. Tenho mais de um furo na orelha, piercing e quero fazer uma tatuagem. Discuto política e sei argumentar. Sou curiosa e determinada. Desejo uma família feliz, contudo desejo também um futuro profissional bem sucedido. Desejo o mundo na palma de minhas mãos. Gosto de passar dias sozinha em meu quarto para organizar meus pensamentos. Amo viajar. Detesto monotonia. Sou um misto de tudo o que você possa detestar. Tenho a essência de algo que você pode amar. Sou meiga até mesmo quando indiferente. Dificilmente você irá me ouvir dizer: Eu te amo. Isso para mim tem um significado muito maior do que você imagina. Dispenso demonstrações de afeto em público. Expresso meus sentimentos por meio de músicas e palavras escritas. Me derreto por dentro com dedicações simples e gestos afetivos. Por fora, demonstrarei ser sempre mais forte que isso. Tenho mais amigos homens do que amigas mulheres. Sou um tanto quanto orgulhosa. Não gosto de perder, mas de verdade, tanto faz. Sou imparcial e território neutro em qualquer assunto que não tenha a ver comigo. Não gosto de opinar, pois sou sincera (demais). Amo viver e tenho uma lista de 100 coisas para fazer antes de morrer. Acredito em alma gêmea, em destino e em astrologia. Ainda encontrarei o fim de um arco-íris. E acredito que tudo vale a pena, quando a alma não é pequena. (Pessoa, Fernando)

Sou uma coisa chamada de mulher contemporânea.

Giovanna Malavolta

3 de maio de 2011

* Wonderland - Natalia Kills


I'm not snow white, but i'm lost inside this forest
I'm not red riding hood, but i think the wolves have got me
Don't want your stilettos and i'm, not cinderella
I don't need a knight, so baby take off all your armor
You be the beast, and I'll be the beauty, beauty
Who needs true love, as long as you love me truly
I want it all, but I want you more
Will you wake me up boy if i bite your poison apple?
I don't believe in fairytales
But I believe in you and me
Take me to wonderland
Take me to, take me to, take me to
wonderland
When I lay my head down to go to sleep at night
My dreams consist of things that'll make you wanna hide
Don't let me in your tower, show me your magic powers
I'm not afraid to face a little bit of danger, danger
I want the love, the money, and the perfect ending
You want the same as I, I, so stop pretending
I wanna show you how-a, good we could be together
I wanna love you through the night and be your sweet disaster . . 
-  I don't believe in fairytales but I believe in you and me .

1 de maio de 2011

IV - ALFABETO


Amor
Bondade
Ciúme
Determinação
Espontaneidade
Felicidade
Gosto
Hábito
Independência
Justiça
Liberdade
Movimento
Nitidez
Objetividade
Perseverança
Quase
Riso
Sabedoria
Tato
Único
Verdade
Zelo
. . .

Giovanna Malavolta

III - LÍRIOS

      Às vezes, mas só às vezes mesmo, ela se sentia sozinha. No começo não era fácil. Não sabia como agir, como cumprimentar, como demonstrar afeto. Eles não eram de abraçar, já aqueles davam três beijos sempre que a viam. Entretanto, por incrível que pareça não é tão ruim assim. Esse sentimento vem com um mundo totalmente novo. Dentro dele encontram-se pessoas com hábitos, manias, atitudes e formas totalmente diferentes dos seus. Com o tempo a convivência mostrou que culturas podem viver juntas sem problemas e em paz. Deixou explícito para ela que jovens são jovens, em qualquer lugar do mundo. Ao sentarem, aquelas doze nacionalidades, na mesa da praça de alimentação e todos comendo comidas à moda de seu país, ela sorriu. Viu com seus próprios olhos que todos eles, não tinham problemas para se comunicar ou ignoravam uns aos outros por algum tipo de "revanchismo" ideológico. De um lado um jardim de lírios amarelos, sua flor preferida. Do outro, um de jovens. Eram jovens. Cada qual com seu sotaque, jovens inventando um novo inglês

Giovanna Malavolta

II - PANDORA

- Pandora (pan=todos , dora=presente). Um presente de todos os deuses.
     Curiosa. Divina. Enfeitiçada. Como uma mulher pôde destruir o mundo. Estranho pensar que dentro da caixa de todos os males dispostos a destruir a humanidade restara, apenas, a ilusória esperança. Nota-se, ao refletir sobre tal questão, como o que muitos consagram e colocam como filosofia de vida possa não ser tudo isso... Verde, a cor da esperança! Contudo, desde quando essa abstração é considerada algo bom? Para os antigos gregos, exaltados por serem uma parte essencial no desenvolvimento intelectual dos homens, não era. 
     
Giovanna Malavolta

I - BESTEIRA . . .

. . . é não seguir o coração. 
(A depender de mim - Zeca Baleiro)
     Mas quando for para sonhar, sonhe de verdade. Solte os pés do chão. Volte no tempo, reviva as coisas boas do  passado. Olhe as fotos, ria, chore de saudade ou  tenha um ataque de riso totalmente sem sentido. Lembre das falas engraçadas e das piadas e brincadeiras que, naquela época, faziam tanto sentido. E hoje, mesmo sem ter um real fundamento, trazem alegria. ALEGRIA. Recorde os melhores abraços do mundo e a sinceridade dos sentimentos de criança. Deixe acontecer. Se for para amar, ame. Esvazie sua mente. E depois dessa análise sobre o passado viva intensamente seu presente. Faça que quando esse presente vire passado tenha valido a pena. E sobre o futuro.. O futuro deixe para lá. Ele é o tempo mais próximo de nós e o mais imprevisível. É um tempo infinito. O futuro merece sempre dois passos de distância. 


Giovanna Malavolta

* Clarice Lispector

" E se me achar esquisita,
respeite também.
Até eu fui obrigada a me respeitar. "