Ela estava ali, sentada sozinha em meio as cobertas, com um lindo céu azul e um verde mar pela janela, e um vazio preenchido por uma música triste cantada para tentar afastar os pensamentos ruins ou ao menos se conformar com eles. Tanto faz, pensou. Levantou, ligou o chuveiro e encostou a cabeça na parede enquanto a água quente lavava a ‘nostalgia das besteiras que fizera ontem’. Escovou os dentes sem se quer olhar para si mesma no espelho. Se vestiu, dessa vez com um vestido simples, sem sua comum luz radiante. Prendeu o cabelo num coque e dispensou a maquilagem. Calçou suas sandálias preferidas, pretas, combinam com tudo. Deixou o quarto e foi em diração ao hall do elevador. Um casal em sua provável honey moon, encantadores. E ela simplesmente não se importou. A solidão a fez mais forte e todo o amor que ela tinha para dar estava agora calmo, sem pressa de ser compartilhado. Entrou no elevador, deu um meio sorriso ao dizer Good Morning segurando seu caderno. Foi até a cafeteria, nem precisou fazer o pedido, a caixa já sabia o que ela iria querer:Vanilla Frappuccino and a pice of Lemon Cake, right sweet? Sí, Maria. Foi até o deque e sentiu o vento forte e o sol quente em sua pele. Milhares de pensamentos passaram por sua mente enquanto encarava todas as linhas vazias que ela precisava preencher. A caneta há muito tempo sem ser usada. E todas as entrelinhas que haviam perdido o brilho comum de suas histórias. Fechou os olhos, desejou algo com todo o coração ao franzir a testa e morder os lábios e soltou um longo suspiro. Agora, era só esperar.
Giovanna Malavolta
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