26 de abril de 2011

XV - TALVEZ

De repente. É, foi assim mesmo. [Ela estava lá, embaixo da água quente, com mil e um pensamentos em sua mente e nenhum capaz de realmente lhe chamar a atenção. Por que ela era assim? Um ser tão inconstante em seus sentimentos, contudo com uma necessidade leviana de certezas. Uma menina subjetiva, sempre com detalhes em suas entrelinhas, mas com um ceticismo de querer todas as regras do jogo o mais explícitas possíveis. Resolveu parar de pensar então. Lá estava ela, pensando em não pensar. Pegou-se pensando de novo. Ela precisava de um sinal, algo, uma embasamento. Desistiu de concluir, afinal, não era ela a responsável por dar todas aquelas respostas. Resolveu ir dormir.] Ligou, e escutou tudo o que gostaria de ouvir. Percebeu que certezas não são nada perto daquilo. "Quem é dono da verdade, não é dono de ninguém.", já cantava Capital Inicial na música Algum Dia. E como a música diz, algum dia.. Talvez algum dia ela tenha o que deseja. Mas sabe ela a que realmente aspira? Com aquela doce voz, promessas são armadilhas. Aquele tom era tudo o que ela precisava saber. A incerteza tornou-se mais tentadora. Paradoxalmente, mais segura. 

Giovanna Malavolta

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