É em momentos como esse que eu sinto uma falta incompletível do amor. Me pego inventando palavras ao tentar preencher esse vazio que sinto, em que vocábulos já criados não são o suficiente para completar as lacunas vazias de versos mudos e imperfeitos. Instantes em que me encontro perdida em pensamentos, com uma roupa qualquer ou talvez um pijama improvisado, com os cabelos bagunçados e uma maquilagem simples, que você adoraria ver e com certeza ao me encontrar abriria um sorriso dizendo para eu me olhar no espelho e nós riríamos juntos de todo esse meu jeito errante. Momentos como esse, em que meu único desejo seria deitar no tapete com você, encostar a cabeça em seu corpo como um travesseiro e sentir sua respiração calma, seu batimento acelerado e ouvir você contando de seus sonhos, ao olhar para cima e ver todos eles projetados no teto como uma tela de cinema, e planos para os tantos futuros que nós temos. Construções feitas desde o pretérito até o presente, podendo apoiá-lo em todas e participar de outras. Quero os abraços quando eu não aguentar sozinha e mesmo assim não ceder, os sussurros de boa noite para temperar os sonhos, o ciúmes incontido demonstrando o cuidado, os beijos apaixonados para calar as brigas, e os seus olhos para compreender todas essas situações. Quero a sinceridade. Quero tantas coisas. A falta do romance me enlouquece de tanta lucidez a qual me obriga a enxergar. E assim eu sigo, cambaleando na fronteira da loucura, beirando a razão.
Giovanna Malavolta
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